Grupo Cultura de Rádio e os Cookies - Nosso site usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação.
Confira a Política de Privacidade
Nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser evitados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2019, mais de 700 mil pessoas interromperam a própria vida em todo o mundo. No Brasil, são quase 14 mil casos por ano, em média trinta e oito brasileiros por dia. Os números são tristes e alarmantes, mas a campanha Setembro Amarelo traz uma mensagem de esperança: “A vida é a melhor escolha!”.
O Setembro Amarelo é um movimento organizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). A campanha se propõe a conscientizar as pessoas sobre a importância de reconhecer precocemente quem precisa de ajuda e também a reduzir o estigma, o preconceito e ajudar a prevenção do suicídio.
Eu, Felipe Moura, conversei com o doutor Antônio Geraldo, presidente da ABP e coordenador nacional da campanha Setembro Amarelo. O psiquiatra explicou o que é o Setembro Amarelo e como todos podem contribuir para diminuir essas tristes estatística. Doutor Antônio Geraldo, o que é o Setembro Amarelo?
“O Setembro Amarelo iniciou com uma história triste, mas que hoje se tornou uma grande campanha, no caso, a brasileira nossa, a maior campanha de prevenção ao suicídio do mundo. Nós concentramos todos os esforços para falar sobre esse tema de forma séria, responsável, com conhecimento científico, porque se você fizer errado você pode aumentar os índices de suicídio. E tudo que nós queremos é isso: não aumentar. Nós queremos diminuir os índices de suicídio.”
Quais são as ações que a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina estão adotando neste Setembro Amarelo para prevenção ao suicídio?
Antônio Geraldo, presidente da ABP e coordenador da campanha Setembro Amarelo
“São inúmeras as ações, mas entre elas nós tivemos uma sacada que foi muito boa. Nós criamos o nosso site www.setembroamarelo.com e neste site você tem tudo o que se pode ser feito com responsabilidade técnica, com responsabilidade científica. Então lá nós temos manuais de orientação, temos posts onde você vai poder pegar, colocar a sua marca como apoio à campanha e colocar em suas mídias sociais. Frases que são frases que podem ser ditas, porque tem frases que não podem ser ditas, o que a imprensa pode falar, o que a imprensa não pode falar, para nós não tenhamos efeito werther, que é de aumento dos índices de suicídio. Enfim, é tudo gratuito, tudo para todos trabalharem, mas com responsabilidade, sem cometer riscos.”
O suicídio é visto como uma emergência de saúde pública internacional?
Antônio Geraldo, presidente da ABP e coordenador da campanha Setembro Amarelo
“Sim, suicídio é uma emergência médica, eu não tenho dúvida, ninguém tem dúvida disso, até porque a própria OMS diz o seguinte: mais de noventa por cento dos suicídios poderiam ser evitados, como? Se tivesse atendimento psiquiátrico, atendimento num serviço público que as pessoas tivessem acesso. Então no mundo nós temos o problema no Brasil nosso problema ao invés de diminuir as mortes tem aumentado, por falta de assistência e o que nós queremos é alertar, é cobrar do estado, cobrar do governo municipal, estadual e federal que façam ações que realmente possam diminuir esses índices de suicídio no Brasil que são muito altos.”
E o que fazer para ajudar essas pessoas, doutor?
Antônio Geraldo, presidente da ABP e coordenador da campanha Setembro Amarelo
“Se você pudesse voltar atrás e fazer alguma coisa para alguém que suicidou, o que você faria? Proteja, segure, abrace, leve um serviço de saúde, chame o SAMU, chama o bombeiro, peça ajuda a mais pessoas pra te ajudar, mas não abandone a pessoa em hipótese alguma. Não deixe desligar um telefone sem você saber quem é pra você ir atrás. Nada disso pode ocorrer. Tem que ser ali, tem que ser imediato.”
Antônio Geraldo, presidente da ABP e coordenador nacional da campanha Setembro Amarelo. O psiquiatra explicou o que é o Setembro Amarelo e como todos podem contribuir para diminuir essas tristes estatísticas. Para mais informações, acesse o site setembroamarelo.com
Reportagem, Felipe Moura.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Reportagem: Paulo Rogério Tavares
Curta e compartilhe:
Comenta aí, esse conteúdo foi útil para você?